Problema afeta saúde, economia e fortalece o crime organizado
Um levantamento recente da Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) acendeu um alerta: 36% das bebidas alcoólicas vendidas no Brasil são falsificadas, adulteradas ou contrabandeadas. O dado, amplamente divulgado pela imprensa em 2025, revela um cenário grave que vai da perda de arrecadação fiscal e atinge diretamente a saúde da população.
De acordo com a entidade, essa prática criminosa movimenta bilhões de reais, representa risco de morte em casos de consumo de produtos adulterados com substâncias tóxicas, como o metanol, e enfraquece a competitividade do mercado formal.
Apesar do percentual divulgado pela Fhoresp, outros levantamentos apontam números mais específicos. Um estudo da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), em parceria com a Euromonitor, estimou que:
- 28% do mercado de destilados (vodca, uísque, gin) é composto por produtos ilegais ou falsificados.
- 9,7% do mercado de bebidas fermentadas (cervejas, vinhos) apresenta irregularidades.
Já em análises anteriores, consultorias apontaram que até 20% das garrafas de vodca vendidas no Brasil eram adulteradas, enquanto o total de bebidas ilícitas, considerando diferentes categorias, poderia girar em torno de 14% a 25% do mercado.
A diferença nos percentuais está diretamente ligada à definição utilizada: enquanto alguns estudos se concentram na falsificação e adulteração pura, outros incluem contrabando, produção clandestina e sonegação fiscal no conceito de “mercado ilegal”.
Além do risco à saúde, o problema também atinge diretamente a economia. A ABBD estima que a falsificação e o comércio irregular de bebidas causem um prejuízo fiscal de até R$ 52,9 bilhões por ano em arrecadação perdida.
Seja 14%, 28% ou 36%, o fato é que o Brasil convive com um mercado paralelo de bebidas alcoólicas que coloca em risco milhões de consumidores e enfraquece a economia formal. A resposta precisa ser conjunta: Estado, iniciativa privada e sociedade civil devem atuar de forma integrada para conter essa ameaça silenciosa que, cada vez mais, se infiltra no cotidiano dos brasileiros