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Governo da Bahia avalia levar o VLT de Salvador até Camaçari

Um sonho antigo da população de Camaçari

Durante visita às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no bairro da Calçada, em Salvador, nesta sexta-feira (17), o governador Jerônimo Rodrigues (PT) confirmou que o governo estadual está realizando estudos para estender o modal até cidades da Região Metropolitana de Salvador (RMS) e até o interior do estado. A declaração reacende o debate sobre mobilidade regional e integração urbana, especialmente em Camaçari, município estratégico para o desenvolvimento industrial e logístico da Bahia.

A chegada do VLT a Camaçari, uma das cidades mais importantes da RMS, trata-se de um vetor de desenvolvimento urbano e econômico. Com o Polo Industrial, a Via Parafuso e a proximidade com o Polo Automotivo da BYD, o município vive uma fase de reconfiguração produtiva, que exige novas soluções de mobilidade capazes de conectar trabalhadores, estudantes e prestadores de serviço à capital baiana.

Estudos preliminares, segundo fontes da Secretaria de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Sedur), avaliam a viabilidade técnica e financeira de uma ligação direta entre Salvador, Lauro de Freitas, Simões Filho e Camaçari, com integração tarifária e física com o metrô e o sistema de ônibus.
O traçado em análise incluiria estações em áreas industriais e residenciais de alto fluxo, aproveitando parte dos corredores existentes e reduzindo custos de implantação.

Para quem vive em Camaçari e depende diariamente do transporte intermunicipal, a notícia representa esperança de qualidade e economia de tempo. Hoje, o deslocamento até Salvador pode levar até duas horas em horários de pico, com custos elevados e desconforto no sistema rodoviário.

A chegada do VLT será um marco na integração metropolitana, comparável à implantação do metrô, com impacto direto na inclusão social e na produtividade regional.


Segundo a engenheira Rute Carvalhal, o modal ferroviário deverá incentivar a instalação de novos empreendimentos, valorizar imóveis próximos às futuras estações e reduzir o uso de automóveis particulares, contribuindo para a redução das emissões de CO₂.

Apesar do entusiasmo, o projeto enfrenta obstáculos significativos. A expansão do VLT requer altos investimentos em infraestrutura, acordos intermunicipais e licenciamento ambiental complexo.
A primeira fase do VLT, que vai ligar Calçada a Ilha de São João, em Simões Filho, já custa R$ 1,4 bilhão e deve entrar em testes até 2026. Qualquer extensão além desse ponto dependerá da captação de novos recursos e de parcerias público-privadas (PPPs).

Outro desafio é garantir demanda suficiente. Embora Camaçari tenha mais de 300 mil habitantes e um intenso fluxo de trabalhadores diários para Salvador, os estudos de viabilidade econômica e tarifária ainda precisam comprovar que o modal pode se sustentar sem depender integralmente de subsídios públicos.

O VLT entre Salvador e Camaçari terá potencial para redefinir o eixo de desenvolvimento da RMS, conectando o centro industrial ao urbano e tornando mais acessíveis as áreas de grande concentração de empregos e serviços. Além disso, favoreceria o turismo e o lazer, aproximando o litoral de Arembepe e Jauá da capital, de forma sustentável e moderna.

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