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Queda da arrecadação federal em agosto

Receita Federal registra primeira retração real no ano

Em agosto de 2025, a Receita Federal arrecadou R$ 208,8 bilhões, queda real de 1,5% frente a agosto de 2024. Foi a primeira retração do ano, apesar de o acumulado de janeiro a agosto ainda mostrar alta de 3,7% em relação ao ano anterior. A queda reflete a desaceleração da atividade econômica, considerada necessária pelo Banco Central para conter a inflação, mas que já começa a se traduzir em perda nos cofres públicos.

A Bahia é um dos estados mais dependentes do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que tem como base justamente a arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Quando esses tributos caem, o repasse para o estado diminui de forma quase imediata.

Além disso, como a Bahia depende fortemente do consumo e da produção industrial — setores mais afetados pela desaceleração — há o risco de queda no ICMS, principal tributo estadual, em cadeia com a retração federal.

Em Camaçari, os efeitos da queda da arrecadação federal são mais fortes. O município, que tem sua economia atrelada à indústria e ao comércio, mostra-se vulnerável às oscilações da atividade econômica nacional. Apesar de contar com uma arrecadação própria, baseada no ISS e nos royalties provenientes do Polo Industrial, o município também depende dos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Uma redução nesses recursos deve comprometer programas sociais, a manutenção da rede escolar e até serviços de saúde que contam com financiamento parcial da União.

Além do Polo Industrial de Camaçari. Empresas dos setores químicos sentem o impacto da política de juros altos, com preço dos insumos e  o crédito caro. Com a produção em ritmo menor, a arrecadação de ISS no município diminui e, em efeito cascata, o Estado também arrecada menos ICMS. O resultado é uma espiral negativa que pressiona o orçamento público e limita a capacidade de investimento tanto do município quanto da Bahia.


Enquanto o Banco Central comemora a manutenção da meta inflacionária com a taxa Selic de 15% e o desaquecimento da economia, estados e municípios precisam lidar com a redução de recursos que financiam serviços básicos. Em Camaçari, a equação é complexa, pois o município depende de um setor industrial altamente sensível ao crédito caro e à queda da demanda nacional.

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