Augusto Moreira é Professor e Auditor Fiscal
A variação no valor do dólar gera vários impactos na economia brasileira e nosso dia-a-dia. Como o dólar é referência nas transações internacionais, o seu aumento em relação ao real causa um aumento no preço dos produtos importados. Mas não só estes, como importamos muitos componentes, como chips para diversos produtos e peças para montadoras de veículos, bem como insumos, como os fertilizantes no setor agrícola. Muitos produtos fabricados no Brasil têm seus custos aumentados e, portanto, ficarão mais caros.
As commodities, que são produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, em estado bruto ou pequeno grau de industrialização, produzidos em larga escala e comercializadas no mercado internacional, também sofrem a influência da alta do dólar, como açúcar, trigo, soja, petróleo fazendo com que estes produtos e os seus derivados como o pãozinho, o macarrão e a gasolina fiquem mais caros e consequentemente pressionem mais a inflação.
A variação do dólar também tem força para impactar o preço final dos serviços, como as viagens. Afinal, como muitos dos custos do setor turístico e principalmente das companhias aéreas são dolarizados, isso pode provocar o aumento no preço de passagens aéreas mesmo que para destinos domésticos.
Outro ponto a ser destacado é que com o real desvalorizado, os produtores brasileiros optam por exportar suas produções para lucrarem mais, fazendo a oferta interna cair e pressionando os preços no mercado local.
A alta do dólar também pode afetar a política monetária. Como visto anteriormente, com a alta da moeda americana, a inflação tende a subir e o Banco Central para controlar a inflação, tende a elevar a taxa de juros básica da economia, a SELIC, afetando assim a capacidade de crescimento do país e consequentemente o nível de emprego.
Por isso que a alta do dólar é um assunto que interessa a todos nós.
