Por A. Almeida-
Camaçari, localizada na Região Metropolitana de Salvador, é conhecida por seu orçamento municipal, que ultrapassa a marca de R$ 2,5 bilhões. Apesar dessa abundância financeira, a cidade enfrenta uma realidade alarmante: cerca de 90 mil habitantes, aproximadamente 30% da população, residem em favelas. Essa disparidade entre recursos disponíveis e condições de vida da população levanta questões sobre a eficácia das políticas públicas e a falta de planejamento.
Crescimento próximo ao centro: favela Nova Vitória
Nos últimos 10 anos, o número de favelas ou “bolsões de miséria” em Camaçari quadruplicou, passando de 12 para 47. Esse aumento expressivo reflete a expansão de áreas caracterizadas por moradias precárias e falta de infraestrutura adequada. A comunidade de Nova Vitória destaca-se como a maior favela do município, localizada próxima ao centro, com 6.700 habitantes. Essa situação evidencia a necessidade urgente de intervenções governamentais para melhorar as condições de vida desses moradores.
Em 2024, o IBGE substituiu o termo “aglomerados subnormais” por “favelas e comunidades urbanas”. Essa mudança visa refletir com mais precisão as características dessas áreas, que incluem insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou risco ambiental. Essa redefinição busca aprimorar a compreensão e o tratamento dessas comunidades nas políticas públicas.
Desafios e Perspectivas para Camaçari
A disparidade entre o orçamento bilionário de Camaçari e a realidade de 90 mil moradores em favelas evidencia a necessidade de uma gestão mais eficaz dos recursos públicos. É imperativo que as autoridades municipais, nessa nova gestão de Caetano, implementem políticas habitacionais inclusivas, invistam em infraestrutura básica e promovam a regularização fundiária. Somente com ações concretas será possível reduzir as desigualdades sociais em Camaçari.
