Por Estelita Cristo – O poder público que, por meio de políticas públicas transformadoras, abriu portas que antes pareciam trancadas por correntes de injustiça.
Ao longo da minha jornada, enfrentei desafios que pareciam montanhas intransponíveis. Como mulher negra, pobre e residente na periferia, a discriminação e o preconceito eram como sombras que pairavam sobre cada passo que eu dava. A falta de oportunidades claras e a desigualdade de acesso a recursos pareciam conspirar contra qualquer chance de avanço.
Mas hoje estou aqui, não só para compartilhar minha história, mas para expressar minha gratidão pelo poder público que, por meio de políticas públicas transformadoras, abriu portas que antes pareciam trancadas por correntes de injustiça.
Essas políticas não apenas reconheceram as barreiras que eu e tantos outros enfrentamos, mas também buscaram ativamente quebrá-las. Através de programas de inclusão social, acesso à educação e oportunidades de emprego, o poder público mostrou um compromisso real com a igualdade e a justiça.
Um exemplo disso foi o I Encontro de Educadores para Inclusão Social que tive a honra de trazer para Camaçari. Graças ao apoio e à visão do poder do então prefeito na época Luíz Caetano, pudemos abordar questões importante como acessibilidade, mercado de trabalho para parcelas excluídas, dificuldades de aprendizagem e, especialmente, a representação negra na mídia.
Embora tenhamos enfrentado desafios, como a impossibilidade da participação direta de figuras como Lázaro Ramos, sua contribuição através da representante, Zenaide Zenah, foi verdadeiramente inspiradora. O debate enriquecedor sobre a cultura negra, seu espaço na sociedade e a importância das religiões de matriz africana mostrou como é vital continuarmos a promover discussões como essa.
Hoje, como uma doutora em educação, vejo meu percurso como uma quebra de paradigma, um testemunho vivo do poder transformador das políticas públicas quando são inclusivas e verdadeiramente comprometidas com a equidade.
Por isso, convido cada um de vocês, especialmente meus irmãos e irmãs negras, a se juntarem a nós nesse debate. Vamos aproveitar este momento não apenas para refletir sobre o progresso que já foi feito, mas também para traçar o caminho para um futuro ainda mais inclusivo e justo para todos nós. Juntos, podemos ser a mudança que queremos ver.
Estelita Cristo é Psicopedagoga, referência na luta pelas causas sociais das mulheres e homens negros e Pré-Candidata a vaga de Vice-Prefeita pelo PSD de Camaçari.
