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TRUMP ESTÁ SENDO BONZINHO COM O BRASIL? TARIFAÇO DEVE ESCALAR GUERRA COMERCIAL E MEXER COM A ECONOMIA DO MUNDO INTEIRO

Uma decisão que vai mexer no seu bolso

Foi como um soco no estômago da economia global. Numa tarde ensolarada nos jardins da Casa Branca, Donald Trump subiu no palanque com um cartaz nas mãos e um discurso inflamado na garganta. Ele anunciou, com todas as letras e sem meias palavras, um tarifaço contra praticamente todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos. E quando a gente pensa que já viu de tudo, ele solta que essa medida é só “retribuição” — um jeito de ser justo, segundo ele. Mas o que parece justiça para uns, soa como provocação perigosa para outros.

Os produtos brasileiros não ficaram de fora da mira americana. Vão enfrentar uma sobretaxa de 10% — a menor entre os países listados, é verdade, o que gerou um certo alívio aqui no mercado nacional. Mas isso não quer dizer que a gente está fora do risco. É como levar um tapa com luva de pelica: ainda dói, só não machuca tanto quanto poderia. A China, por exemplo, vai encarar 34%. Japão, 24%. A União Europeia, 20%. Já a África do Sul vai sofrer com 30%. O Brasil caiu numa espécie de “zona cinzenta”, onde ainda dá para conversar. Mas por quanto tempo?

Trump apelidou esse dia de “Dia da Libertação”. Para ele, os EUA estão simplesmente se livrando de um sistema injusto. Mas para o resto do mundo, parece mais o início de uma tempestade. Porque, convenhamos, quando a maior economia do mundo resolve jogar pesado, todo mundo sente. E não tem essa de amigo ou inimigo. Até aliados históricos como o Canadá e a Europa foram atingidos. Como se não bastasse, ele ainda ameaçou aumentar as taxas caso algum país resolva revidar. Um aviso claro: quem retrucar, vai levar mais.

O Brasil se prepara para revidar: vem aí a Lei da Reciprocidade

Aqui no Brasil, o Congresso não ficou parado. Aprovou, em tempo recorde, um projeto que autoriza o país a responder na mesma moeda a qualquer medida unilateral de outro país. A chamada Lei da Reciprocidade foi enviada para sanção do presidente Lula. E agora a gente entra numa fase de preparação. A ideia é que Lula não compre essa briga sozinho. Precisa ter ao lado os governadores, o Congresso e o setor privado. Não se trata de um conflito ideológico, mas de um movimento estratégico. O Brasil quer mostrar força, mas sem perder a diplomacia.

Enquanto isso, no Canadá.  Comerciantes e consumidores já iniciaram campanhas para boicotar produtos dos Estados Unidos. A ideia é valorizar o que é local e dar um recado claro: se for para entrar em guerra comercial, eles também vão jogar duro. Esse movimento pode inspirar outros países — inclusive o Brasil. E aí a gente entra num efeito dominó que ninguém sabe como vai terminar. A história mostra que guerras comerciais não têm vencedores, só perdedores de lados diferentes.

E se você acha que isso tudo é coisa distante, que só afeta os grandes empresários, pense de novo. Essas tarifas devem impactar o preço de tudo: do celular que você compra ao café que a gente exporta. Quando uma economia do tamanho dos EUA entra em conflito com os seus principais parceiros, os efeitos são globais. E a conta, no fim das contas, chega para todos — inclusive para mim e para você.

por A. Almeida- Jornalista, Economista e Servidor Público

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