Por Maurício Ferreira
Quem me conhece sabe o apreço que tenho pelos Vinhos nacionais, apesar de não renunciar ao rigor técnico na avaliação dos rótulos. Vale dizer que desde muito jovem tive a oportunidade de degustar as primeiras experiências nacionais com vinhos finos, quando a tônica inicial eram os icônicos Canernet Franc da Serra Gaúcha.
Lembro que ainda incrédulo do nosso potencial vinícola, tive a oportunidade de beber algumas garrafas do Quinta do Seival, produzido na região da Campanha Gaúcha… me encantei! vale dizer que não pelos motivos que consagro o Lote 43 2005 o melhor vinho nacional que já bebi, mas pelo conjunto da obra…
De fato, o Quintas do Seival é expressivo, elegante e austero na medida certa, tudo isso entregue por um preço competitivo, incapaz de intimidar um verdadeiro amante de vinhos nacionais. Mas, vamos ao que interessa: o Quintas do Seival 2013 (degustado hoje, em 21/02/2025), com 12 anos de guarda é um vinho vigoroso, certamente em sua melhor fase.
Esse blend de Touriga Nacional é Tinta Roriz, 50%/50%, é elegante e maduro. De coloração rubra, levemente dotada de anéis castanhos denotando a guarda, é aromático, rico em notas de frutas negras maduras, como ameixas e figos… no paladar leves especiarias, acidez cortante e taninos extremamente equilibrado.
Aliás, divinamente equilibrados… um verdadeiro prêmio perpetuado pela surpreendente persistência para um rótulo tropicalizado de 12 anos. Uma obra prima… sei que muitos desconhecem o Quintas do Seival, assim como eu, um português nascido no Brasil, mas pode crer, o Quinta do Seival é um portuga legítimo.
No mais, só posso agradecer a Deus por ter me dado a paciência de aguardar 12 anos para saborear esse vinho tão típico quanto inusitado.