Madrugada de tensão: ruas alagadas e moradores em alerta
Camaçari viveu momentos de angústia nesta sexta-feira. Logo nas primeiras horas da manhã, a cidade já dava sinais de que seria um dia difícil. Bueiros entupidos transbordavam como se fossem pequenas cachoeiras urbanas, Ruas como a da Linha do Trem, Radial A e a Avenida 28 de Setembro, O asfalto desapareceu sob a água.
O coração comercial da cidade, o Mercado Municipal, também sofreu. Vídeos nas redes sociais mostram o piso do mercado coberto por uma mistura de água suja e resíduos urbanos, comerciantes empurrando a água com rodos.
Com o volume das chuvas ultrapassando os 50 mm em poucas horas, a situação do trânsito se tornou caótica. Carros quebrados no meio das avenidas. Motoristas tentavam rotas alternativas, mas mesmo os bairros mais afastados, como Gleba E, Phoc e Gravatá, estavam tomados pela água. Aplicativos de mobilidade interromperam serviços e pontos de ônibus viraram ilhas no meio da inundação.
Além da chuva intensa, rajadas de vento entre 40 e 60 km/h castigaram diversas regiões. Os moradores das áreas de encosta, como na região da Piaçaveira, ficaram com medo de deslizamentos. A Defesa Civil emitiu alerta, pedindo que a população evite transitar em áreas de risco e que fique atenta a qualquer sinal de movimentação de terra.
Pequenos córregos e riachos que cortam a cidade viraram rios turbulentos. Em Jauá, Arembepe e Vila de Abrantes, moradores ficaram temporariamente ilhados. Em alguns trechos, a água invadiu casas.
Os meteorologistas explicam que tudo isso é causado pela aproximação de um sistema frontal, que está canalizando umidade pelos baixos níveis da atmosfera. Esse corredor de umidade, junto ao calor vindo do oceano Atlântico, tem formado nuvens pesadas e carregadas de água. E o pior: as previsões indicam que o tempo deve continuar instável nos próximos dias.
As redes sociais foram tomadas por vídeos, fotos e desabafos. Gente, denunciando a falta de estrutura deixada pela gestão anterior. “Acordar com a casa debaixo d’água é desesperador”, disse Ana Clara, moradora do bairro Parque Satélite. A indignação é geral.