O debate dos candidatos à Prefeitura de Camaçari, realizado pela Central de Eleições da Rede Bahia, deixou muito a desejar para os eleitores que esperavam por discussões mais profundas sobre os desafios e propostas para a cidade. Em vez disso, o que se viu foi uma série de acusações e troca de farpas entre os candidatos Caetano (PT), Flávio (União Brasil) e Oswaldinho (MDB). Durante os quatro blocos do debate, que durou uma hora e meia, o que prevaleceu foi a tentativa de desqualificar os adversários, em detrimento de apresentar soluções concretas para os problemas que afligem a população.
Transporte Público: Promessas de Parcerias e Tarifa Zero
Um dos momentos mais relevantes, embora não menos decepcionante, foi quando Caetano (PT) foi questionado sobre a integração de Camaçari ao metrô de Salvador. Ele prometeu a implementação de ônibus elétricos com tarifa zero, um projeto ambicioso, mas que carece de detalhes sobre sua viabilidade. Já Oswaldinho (MDB) destacou a possível chegada do VLT à cidade, uma proposta que também depende de parcerias com o Governo do Estado e que, até o momento, não apresenta um plano concreto de execução.
Emprego: Promessas Vagas em um Contexto de Crise
A questão do emprego foi outro ponto central do debate. Flávio (União Brasil) criticou a atual gestão pela saída da fábrica da Ford, que deixou um vácuo econômico na cidade. Sua proposta, no entanto, foi limitada à necessidade de alinhamento com o Governo do Estado, sem oferecer um plano claro para a criação de novos postos de trabalho. Caetano (PT), por sua vez, tentou se eximir da responsabilidade pela crise, lembrando de ações passadas e mencionando a chegada da montadora chinesa BYD na Bahia, sem, contudo, detalhar como essas iniciativas se traduziriam em benefícios diretos para a população de Camaçari.
Corrupção: Um Tema Recorrente e Pobremente Abordado
O tema da corrupção dominou boa parte do debate, com os candidatos trocando acusações sem apresentar propostas concretas para combater esse mal. Oswaldinho (MDB) acusou Flávio (União Brasil) de ser omisso ou cúmplice em casos de corrupção envolvendo seus aliados. Flávio, por sua vez, trouxe à tona o escândalo das malas de dinheiro associadas ao MDB, numa tentativa de desmoralizar o adversário. Caetano (PT) também foi alvo de ataques relacionados a escândalos de corrupção durante sua gestão, mas tentou se defender alegando que foi absolvido pela Justiça. Contudo, o eleitor ficou sem respostas sobre como cada candidato pretende lidar com a corrupção caso seja eleito.
Saúde e Educação: Propostas que Parecem Promessas Vazias
Na área da saúde, os candidatos prometeram desde a construção de hospitais até a implementação de programas para autistas e doentes de câncer, mas novamente faltaram detalhes sobre como essas promessas seriam cumpridas. A educação também foi tema de debate, com promessas de ensino em tempo integral e criação de uma universidade municipal, mas, mais uma vez, o discurso se mostrou vago e pouco convincente.
Considerações Finais: Muito Barulho, Pouca Ação
O debate terminou com cada candidato reforçando suas alianças e tentando se colocar como a melhor opção para o futuro de Camaçari. No entanto, o que ficou marcado foi a falta de substância nas propostas apresentadas e o excesso de ataques pessoais. Para os eleitores, a sensação foi de frustração, já que o debate que poderia ter sido uma oportunidade para esclarecer dúvidas e conhecer melhor as propostas dos candidatos, acabou sendo uma vitrine de acusações e promessas vazias.