Foto- redes sociais
Por A.Almeida – É importante reconhecer o papel dos programas sociais, como o Bolsa Família, na redução da insegurança alimentar.
A fome é uma realidade que assola milhões de lares brasileiros. Neste artigo, vamos explorar os dados alarmantes revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) 2023 do IBGE, destacando como ela afeta de forma desproporcional os lares chefiados por mulheres, pessoas pardas e com menor grau de instrução.
Os números são claros: em 2023, as mulheres lideraram 59,4% dos lares em situação de insegurança alimentar. Isso significa que, em muitos lares, são elas que enfrentam diariamente o desafio de garantir comida na mesa para suas famílias, uma batalha que muitas vezes é travada com recursos limitados e oportunidades escassas.
A cor da pele também se revela como um fator na experiência da insegurança alimentar. Os pardos, que chefiaram 44,7% dos domicílios em 2023, foram ainda mais afetados, representando 54,5% dos lares em situação de insegurança alimentar. Já os pretos lideraram 15,2% desses lares, enquanto os brancos, apesar de chefiarem 42% das residências, estavam à frente de apenas 29% dos lares com algum grau de insegurança alimentar.
Um Retrocesso Amargo
Embora tenhamos visto uma queda nos números nos últimos anos, ainda não podemos nos dar ao luxo de comemorar. Em 2023, 27,6% dos lares brasileiros enfrentavam insegurança alimentar, o que equivale a 64 milhões de pessoas lutando para ter acesso adequado a alimentos. Para mais de 8,6 milhões de brasileiros, essa privação é grave, uma realidade angustiante que assombra famílias inteiras.
A pesquisa também revela disparidades regionais preocupantes. Enquanto as regiões Norte e Nordeste lideram os percentuais de insegurança alimentar, com 7,7% e 6,2% respectivamente, o Sul apresenta números mais baixos, com apenas 2% dos lares enfrentando essa situação.
É importante reconhecer o papel dos programas sociais, como o Bolsa Família, na redução da insegurança alimentar. A expansão desses programas pode ter contribuído para os progressos observados em 2023, mas ainda há muito a ser feito para garantir que todos os brasileiros tenham acesso adequado a alimentos nutritivos e suficientes.
A fome é uma crise humanitária que exige uma resposta urgente e coordenada. À medida que refletimos sobre os dados preocupantes da PnadC 2023, é hora de nos unirmos como sociedade para enfrentar esse desafio de frente, garantindo que nenhum brasileiro tenha que enfrentar a angústia de dormir com fome. Juntos, podemos e devemos criar um Brasil onde todos tenham acesso garantido a alimentos suficientes e nutritivos.
