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CAMAÇARI CORRE O RISCO DE APAGÃO E CONTROLE NO USO DA ENERGIA

A ameaça de falta de energia volta a assombrar

A crise energética não é novidade para o Brasil, e, mais uma vez, a possibilidade de apagão começa a ser discutida. Em 2021, enfrentamos uma situação semelhante, e agora, em 2024, o risco reaparece. O cenário é assustador: os reservatórios estão em níveis críticos, consequência de uma estiagem considerada a pior dos últimos 94 anos. Essa seca prolongada compromete diretamente o abastecimento de energia, gerando incertezas para o futuro e, claro, um impacto no bolso de todos nós. Quem não se lembra do aumento na conta de luz na última crise?

Dependência do Brasil nas hidrelétricas: uma armadilha recorrente?

Mesmo com os avanços na produção de energia renovável, o Brasil continua fortemente dependente das hidrelétricas. E quando falamos de hidrelétricas, falamos diretamente de uma equação delicada: pouca chuva significa menos água para movimentar as turbinas e, por consequência, menos energia disponível. O país tem investido em fontes renováveis como a solar e a eólica, com um crescimento impressionante nos últimos anos. No entanto, essas fontes são intermitentes e, em períodos críticos, não conseguem suprir a demanda de forma confiável. Isso nos deixa em uma posição vulnerável, onde crises energéticas se tornam uma realidade recorrente.

Crescimento das energias renováveis: promessas e limitações

Nos últimos dez anos, o Brasil assistiu a uma explosão no número de usinas solares e eólicas. Para se ter uma ideia, em 2015, o país tinha uma capacidade instalada de apenas 15 MW de energia solar distribuída. Hoje, esse número saltou para impressionantes 29.316 MW. Mas, apesar desse crescimento fenomenal, essas fontes são imprevisíveis e dependem de condições climáticas, o que as torna insuficientes para garantir uma estabilidade no fornecimento de energia.

Enquanto isso, as térmicas, que costumam ser criticadas por suas emissões, seguem sendo a solução imediata para evitar apagões. Embora demonizadas, as térmicas são despacháveis, ou seja, podem ser acionadas a qualquer momento, o que as torna essenciais em momentos de crise. O crescimento dessas usinas, no entanto, não acompanhou o ritmo das renováveis. Em 2015, as térmicas representavam 41.554 MW de capacidade instalada, e hoje, o número subiu apenas para 48.458 MW.

É frustrante ver como, a cada nova crise hídrica, o país volta a enfrentar os mesmos problemas. Nos anos de bonança, como 2022 e 2023, quando tivemos chuvas em abundância, parecia que tudo estava resolvido. Mas bastou uma nova seca para o fantasma do apagão retornar. Onde está a política energética consistente que deveria ter sido implementada para nos preparar para esses momentos? Por que sempre esperamos o problema chegar para começar a buscar soluções?

As usinas térmicas são frequentemente vistas como vilãs no cenário energético. Elas geram poluição e têm custos mais altos, o que reflete diretamente na conta de luz. No entanto, em tempos de crise, elas são a única solução imediata para evitar apagões e racionamentos. Apesar de seu crescimento ter sido modesto nos últimos anos, as térmicas têm um papel fundamental no sistema elétrico brasileiro. Sem elas, estaríamos ainda mais vulneráveis em períodos de seca.

O que muitos não entendem é que as térmicas são a resposta rápida que o Brasil precisa quando as hidrelétricas e as renováveis não conseguem dar conta do recado. Se a sociedade e os gestores públicos continuarem demonizando essas usinas, corremos o risco de ficar sem energia em momentos críticos.

O caminho para a segurança energética

Se quisermos evitar que crises como a que vivemos em 2021 e a que estamos à beira de enfrentar novamente se repitam, é fundamental adotar medidas de longo prazo. Uma das propostas mais viáveis seria a realização de novos leilões de capacidade, focando nas térmicas, como aconteceu em 2021. Além disso, é fundamental investir em inovação tecnológica, como baterias que possam armazenar energia de fontes renováveis, e reforçar o papel das hidrelétricas, que, apesar de sua vulnerabilidade à seca, continuam sendo um dos pilares do sistema energético nacional.

Com essas ações, deveríamos garantir mais segurança energética e, quem sabe, evitar que crises como a atual voltem a se repetir. Afinal, a energia é um recurso essencial, e sem ela, o país inteiro para. É hora de aprender com o passado e agir com responsabilidade, antes que seja tarde demais.

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