O mês de agosto começou com um verdadeiro desgosto para a população de Camaçari, especialmente para as famílias de baixa renda e classe média. O aumento no preço do gás de cozinha, que entrou em vigor no início do mês, pegou todos de surpresa e gerou uma onda de indignação. O reajuste de 10,16% no valor do gás fez com que o preço ficasse ainda mais salgado, afetando diretamente o orçamento doméstico das famílias.
O preço do botijão de gás na cidade pode chegar até R$150, dependendo do bairro e se a compra incluir a entrega. Por exemplo, se a pessoa optar por retirar o botijão na revendedora, paga R$130. No entanto, se preferir a entrega, o valor pode aumentar até R$ 20, dependendo da distância. Com o valor médio em Salvador e Região Metropolitana sendo R$134, segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sindrevgas), muitas famílias estão sentindo o impacto pesado no bolso.
O Radialista Mario Augusto tenta amenizar o desespero, sorteia um vale-gás toda sexta-feira no programa contato direto
Para muitos moradores de Camaçari, o aumento do gás veio em um péssimo momento. Com o alto índice de desemprego na região, muitas pessoas lutam para colocar comida na mesa. O programa “Contato Direto” com a radialista Mario Augusto, que sorteia um vale-gás toda sexta-feira, recebe diariamente dezenas de pedidos da população. Além do vale-gás, muitos solicitam cestas básicas, o que, segundo Mario Augusto, deveria ser uma responsabilidade da Prefeitura para suprir essa necessidade básica.
Não é a primeira vez que a população enfrenta um aumento no preço do gás este ano. Em março, a Acelen, empresa que administra a Refinaria Mataripe, já havia anunciado um reajuste de 8%, equivalente a R$6 a mais para o consumidor final. A empresa justificou os aumentos com base nos custos do petróleo, cotado a preços internacionais, além de variações do dólar e custos de frete.
Um dos fatores que tem contribuído para esses reajustes constantes é a redução na produção de gás pela refinaria. Desde a privatização, a produção caiu de 17,2 mil para 13 mil barris, uma redução de 24,5%. A necessidade de importar gás para suprir a demanda interna também contribui para a volatilidade dos preços.
A Luta Diária pela Sobrevivência
A realidade em Camaçari é dura e desafiadora. Com o aumento do gás e o alto índice de desemprego, a população precisa se desdobrar para conseguir suprir as necessidades básicas de suas famílias. A indignação é grande e a esperança de dias melhores parece cada vez mais distante. A solidariedade entre os moradores e a busca por alternativas mais acessíveis são fundamentais para enfrentar esses tempos difíceis.