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Câmara de Camaçari com Apenas uma Mulher e Sem Caciques Políticos

As eleições de 2024 em Camaçari configura com saída de “cardeais” tradicionais que não foram eleitos, como Tude, Rui Magno, Jorge Curvelo e muitos outros, que por anos fizeram parte do cenário político local. Esse movimento representa o fim de uma era, onde os “caciques” políticos mantinham suas posições de poder por décadas. A Câmara, eleita reflete uma dinâmica, que embora, desalinhada aos interesses populares, é mais independente das velhas elites de políticos.

Outro grande destaque dessas eleições foi a derrocada do MDB. O partido, que outrora teve grande influência em Camaçari, não conseguiu eleger nenhum parlamentar. Isso marca que partidos mais ao centro e à direita ganharam força. Os partidos de centro e direita conquistaram 15 cadeiras, enquanto a esquerda garantiu 8, demonstrando que vai dificultar a correlação de forças dentro da Câmara na próxima legislatura.

Diferente das eleições para prefeito, o sistema utilizado para eleger vereadores é o proporcional, onde não basta ser o mais votado para conquistar uma cadeira. O quociente eleitoral e partidário define quais partidos e candidatos ocuparão as cadeiras. Isso significa que, muitas vezes, um candidato com poucos votos pode ser eleito se seu partido tiver um “puxador de votos”. Essa característica faz com que o processo eleitoral seja mais complexo, e menos democrático.

A Única Mulher Eleita: Um Reflexo da Baixa Representatividade

Entre os 23 vereadores eleitos, apenas uma mulher conseguiu garantir uma cadeira na Câmara. Esse dado escancara a falta de representatividade feminina na política municipal, como citou a candidata Branca Patrícia, “O sistema é bruto”, um problema que reflete a realidade nacional. É urgente que mais mulheres tenham espaço e voz na política, mas, infelizmente, essa eleição mostrou que ainda há muito a ser feito para garantir uma participação equitativa entre os gêneros.

Com a maioria das cadeiras ocupadas por partidos de centro e direita, a expectativa é que se o prefeito eleito for de esquerda terá um caminho dificultado para aprovar suas pautas. A nova composição da Câmara só será proveitosa para a população se houver flexibilidade dos Edis e muita negociação com o executivo. Esse desequilíbrio de poder entre os partidos poderá travar nas votações importantes.

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