Por A. Almeida (Incidentes que requerem substituição de componentes da carroceria estão entre os mais comuns e fonte de dores de cabeça para os proprietários.)
O crescimento vertiginoso das vendas dos carros elétricos da BYD no Brasil trouxe consigo uma questão complexa: a dificuldade na obtenção de peças de reposição. Esse cenário tem gerado desconforto e insatisfação entre os proprietários, que encontram obstáculos não apenas na manutenção rotineira, mas principalmente nos casos de reparos necessários após acidentes.
A marca chinesa BYD, reconhecida por sua inovação no segmento de veículos elétricos, enfrenta um desafio pós-venda significativo. Nos últimos seis meses, o número de reclamações registradas no Reclame Aqui sobre atrasos na entrega de peças sobressalentes ultrapassou a marca de 850. Apesar de uma taxa de resolução de problemas de 84,9% e uma avaliação média de 8,3 — considerada boa pela plataforma —, o principal ponto de insatisfação dos clientes se mantém.
Embora os carros elétricos, teoricamente, demandem menos manutenção devido ao menor número de partes móveis, isso não os torna imunes a avarias. Incidentes que requerem substituição de componentes da carroceria estão entre os mais comuns e fonte de dores de cabeça para os proprietários.
A Resposta da BYD ao Aumento da Demanda
A resposta da BYD ao aumento exponencial na demanda por peças de reposição foi lenta. Modelos como o Song Plus e o Dolphin viram suas vendas dispararem em poucos meses, triplicando a necessidade por peças. Esse sucesso de vendas, apesar de positivo em um primeiro momento, acabou por expor fragilidades na estrutura de suporte ao cliente.
A BYD iniciou suas operações no Brasil há aproximadamente dois anos e, desde então, vem ampliando rapidamente sua presença no mercado. Em 2023, a empresa viu suas vendas multiplicarem, com mais de 18 mil veículos comercializados. Entretanto, essa popularização trouxe à tona desafios, especialmente no que tange à assistência pós-venda.
Com o anúncio do início da produção nacional do Dolphin Mini para o próximo ano e a promessa de emplacar até 30 mil unidades deste subcompacto, a expectativa é que os problemas de reposição de peças sejam mitigados. A marca planeja expandir sua rede de concessionárias até o fim do ano, visando aprimorar o atendimento ao cliente e a disponibilidade de peças.
A situação atual é um reflexo claro dos desafios que acompanham o crescimento acelerado. A BYD está ciente dos problemas e trabalha para solucioná-los, buscando melhorar a experiência de seus clientes. A produção nacional, prevista para começar no ano que vem em Camaçari, prometendo reduzir significativamente os prazos de espera por peças de reposição e reforçar o compromisso da marca com o mercado brasileiro.