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CHINESES AVANÇAM NA EXPLORAÇÃO DE MINERAIS NOBRES NO BRASIL

O avanço chinês sobre os minérios brasileiros

A presença chinesa no setor de mineração do Brasil é uma realidade que vem se intensificando nas últimas décadas. Gigantes do setor estão assumindo o controle de minas de níobio, ferro, lítio e outros minérios essenciais para a indústria global. Essa movimentação reflete uma estratégia clara de Pequim: garantir acesso direto a insumos fundamentais para seu desenvolvimento tecnológico e industrial.

Em 2016, a China Molybdenum Company Limited (CMOC) adquiriu da Anglo American operações de níobio e fertilizantes no Brasil. Essa aquisição incluiu jazidas em Catalão (GO) e uma unidade de industrialização em Cubatão (SP). O investimento de US$ 1,5 bilhão consolidou a CMOC como a segunda maior produtora mundial de níobio, com 11% da produção global. Em 2023, a produção atingiu 10.024 toneladas, um recorde desde a aquisição.

O lítio tornou-se um mineral estratégico devido à sua importância para as baterias de carros elétricos. Recentemente, a montadora chinesa BYD confirmou a compra de direitos de exploração no Vale do Jequitinhonha, onde estão as principais reservas brasileiras. Empresas como Sigma Lithium e CBL já produzem no local, e a tendência é que o controle chinês sobre o setor aumente.

A expansão chinesa no setor mineral brasileiro não se limita ao níobio e ao lítio. Em 2010, a Honbridge Holdings adquiriu a Sul-Americana de Metais, dona de uma mina de ferro no norte de Minas Gerais, anteriormente pertencente ao grupo Votorantim. A exploração ainda depende de logística para escoamento da produção, mas os chineses já estão de olho na infraestrutura necessária.

No setor de manganês, a Xianglan Brazil, também de capital chinês, controla jazidas na Bahia. O mineral é essencial para a produção de aço e componentes eletrônicos, e a estratégia de aquisição segue o mesmo padrão visto em outros minérios nobres.

Em 2017, gigantes chinesas das áreas de construção e logística estudaram uma parceria para explorar a mineração de ferro da Bahia Mineração (Bamin), controlada pelo grupo ERG, do Cazaquistão. O projeto de R$ 30 bilhões prevê mina, ferrovia e porto, com uma capacidade de produção de 26 milhões de toneladas anuais. Atualmente, a Vale negocia a aquisição do empreendimento junto ao BNDESPar e ao grupo Cedro.

De acordo com a Agência Nacional de Mineração (ANM), a China está presente em projetos de mineração em vários estados brasileiros, incluindo Minas Gerais, Goiás, Pará e regiões da Amazônia. As principais empresas envolvidas são a China Metal Mining Group (CNMG) e a China Nonferrous Trade (CNT), que continuam prospectando novas oportunidades.

A expansão chinesa na exploração de minérios no Brasil deveria ser questionada sobre soberania econômica e gestão dos recursos naturais. Enquanto o país atrai investimentos e fortalece sua economia, também enfrenta o desafio de equilibrar os interesses estrangeiros com o desenvolvimento interno. O fato é que a China segue firme na estratégia de garantir acesso irrestrito aos minérios nobres brasileiros, reforçando sua posição como líder global em diversas indústrias.

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