Projeções Econômicas para 2025
Os economistas estão prevendo um cenário difícil para a economia brasileira em 2025. De acordo com o Boletim Focus divulgado recentemente, a expectativa é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 5,65%, representando um aumento de 0,05 ponto percentual em relação ao levantamento anterior. Essa projeção mantém a inflação acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 3% com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Para conter a inflação persistente, o Banco Central do Brasil tem adotado uma postura mais rígida em sua política monetária. Em janeiro de 2025, a taxa Selic foi elevada em 100 pontos-base, atingindo 13,25%, com a sinalização de novos aumentos nas reuniões subsequentes. Economistas de instituições financeiras renomadas, como o Itaú Unibanco, projetam que a Selic possa alcançar 15,75% até meados do ano e permanecer nesse patamar ao longo de 2025.
Desempenho do Real e Impactos na Economia
O real brasileiro tem enfrentado uma desvalorização, perdendo mais de 20% de seu valor em 2024. Essa depreciação acentuada, que levou a moeda a ser cotada a 6,18 reais por dólar, tem sido atribuída a fatores como a perda de confiança dos investidores nas políticas fiscais do governo e intervenções cambiais que não surtiram o efeito desejado. A moeda enfraquecida contribui para o aumento dos preços de importação, pressionando ainda mais a inflação interna.
O governo brasileiro revisou para baixo sua previsão de crescimento econômico para 2025, estimando agora uma expansão de 2,3%. Essa revisão reflete os impactos do aperto monetário em curso e uma inflação mais elevada do que o inicialmente previsto. Apesar dessas adversidades, as projeções oficiais ainda são mais otimistas do que as do mercado, que espera um crescimento do PIB de 2,03% e uma inflação de 5,58% para o ano.
Diante desse cenário, o Banco Central enfrenta o desafio de equilibrar o controle da inflação com a promoção do crescimento econômico. A continuidade do aumento das taxas de juros visa ancorar as expectativas inflacionárias, podendo impactar negativamente a atividade econômica. Além disso, a desvalorização do real nessa segunda-feira (24) e as preocupações fiscais adicionam complexidade ao panorama econômico, exigindo medidas coordenadas entre política monetária e fiscal para restaurar a confiança dos investidores e estabilizar a economia.