Crédito consignado: solução rápida que pode virar armadilha financeira
Diante de um orçamento apertado, o empréstimo consignado pode parecer a salvação. Com juros mais baixos e desconto direto na folha de pagamento, atrai muitos trabalhadores CLT. No entanto, o que começa como alívio imediato pode se transformar em um peso duradouro.
Contratos com até 72 parcelas comprometem o salário por seis anos. Um empréstimo de R$ 25 mil, por exemplo, pode resultar em pagamentos mensais de R$ 630, totalizando R$ 45 mil — quase o dobro do valor original. E isso sem contar imprevistos como desemprego ou emergências familiares.
Caso o trabalhador perca o emprego, o banco pode descontar do FGTS e da multa rescisória, mas a dívida nem sempre é quitada. O valor restante continua a ser cobrado, agora fora da folha, dificultando ainda mais a organização financeira.
Por outro lado, o consignado pode ser útil em situações específicas, como substituir dívidas mais caras (cartão de crédito, cheque especial) ou cobrir gastos essenciais, como saúde ou formação profissional. Ainda assim, o planejamento é fundamental.
É importante lembrar que crédito consignado não é dinheiro extra — é dívida parcelada. Muitos se enganam ao pensar que estão ganhando fôlego, quando na verdade estão comprometendo o futuro. A decisão exige cautela, leitura atenta do contrato e avaliação de riscos, como perda de emprego e mudanças na renda.
Antes de assinar, o ideal é se perguntar: realmente preciso disso agora? Tenho outra saída? Posso arcar com essa dívida até o fim?
A liberdade financeira começa com escolhas conscientes. O crédito fácil pode ter um custo alto demais para quem não estiver preparado.