O Sindicato de Engenheiros da Bahia (SENGE) fez história mais uma vez neste 2 de fevereiro de 2025. A feijoada, que há 40 anos reúne profissionais da engenharia no Rio Vermelho, foi além da celebração gastronômica: marcou a luta das mulheres por mais espaço em um setor historicamente dominado por homens. E, claro, tudo sob a proteção de Iemanjá, a mãe das águas.

Desde cedo, a sede do SENGE ficou pequena diante da multidão que chegou para a tradicional homenagem a Iemanjá. Além dos engenheiros, o evento atraiu nomes de peso da política baiana, como os deputados Marcelino Galo e Robinson Almeida, além do coordenador da Defesa Civil Sóstenes Macedo. No meio do público, estavam também figuras da Universidade Federal da Bahia, como Penildo Silva e o diretor da Escola Politécnica, Marcelo Embiruçu e Sergio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, também marcou presença.

O ambiente era de fé, festa e debate. Entre apertos de mão e abraços, o futuro da engenharia baiana entrou em pauta, especialmente diante dos desafios da tecnologia e da inteligência artificial.
Mulheres Engenheiras: Da Resistência à Liderança

Quem olhava ao redor via algo que, até poucos anos atrás, era raro: mulheres ocupando espaços centrais na roda de conversa. A presidente do SENGE, Márcia Ângela Nori, não escondeu o orgulho. “Foram mais de 80 anos de gestões masculinas. Agora, temos o desafio de provar que lugar de mulher também é na engenharia. E essa festa é um símbolo disso”, destacou.

No meio da conversa, a engenheira Rute Carvalhal, que cresceu vendo a família toda de engenheiros, lembrou que a próxima geração já está no comando. “Se a gente não ouvir os mais novos, não evoluímos. E essa nova geração tem muito a ensinar”, reforçou.
A pauta do evento avançou sobre igualdade de oportunidades, algo que o coletivo de mulheres do SENGE tem defendido com força. A luta é por visibilidade, respeito e mais espaço nas lideranças da engenharia, tanto no mercado quanto na formação acadêmica.
A feijoada foi servida ao som da musicalidade baiana. Mas, mais que isso, ficou a certeza de que a engenharia está mudando, e com ela, a forma como a sociedade vê o papel das mulheres na área. Iemanjá abençoa, o SENGE fortalece e a luta continua.
