Adeus à Sombra Acolhedora
As mangueiras que antes ofereciam sombra refrescante e serviam como refúgio para famílias e pássaros estão desaparecendo. Elas eram árvores; que faziam parte da vida local, guardando memórias de conversas à sombra e brincadeiras sob seus galhos generosos.
Um fungo traiçoeiro, o Botryodiplodia theobromae, está por trás desse desastre. Ele invade as plantas por ferimentos ou rachaduras, espalhado pelo vento e insetos, silencioso, mas mortal.
Com o calor intenso e a umidade variável, as mangueiras ficam vulneráveis. Quando falta água ou há excesso, o fungo se aproveita, como um inimigo que age no momento certo.
A poda sem proteção nos cortes e os restos de folhas caídas no chão ajudam o fungo a crescer. Pequenos descuidos têm um impacto devastador.
A ausência dessas árvores frutíferas deixa um vazio na orla. Quem viveu momentos sob elas sente o peso de uma perda que é tanto natural quanto emocional.
Falando nisso, hoje recebemos uma mensagem de Natal de uma família que viu sua Mangueira sucumbir, deixando apenas boas lembranças e saudades.
“A Mangueira e a Finitude da Vida “
“Este ano a nossa Mangueira plantada em Jauá há 34 anos adoeceu. Assim como várias na região. Ela foi testemunha de muitos encontros com familiares e amigos. Deu sombra por muito anos nas brincadeiras das crianças, nas festas, almoços, serviu de apoio para balanços e orquídeas.
Foi central na identidade da nossa vida. Todas as fotos marcantes foram com ela.
Agora vemos a sua Finitude como símbolo de resignação e transformação. Esse tronco nos ensina a encarar o fim de uma fase para ressignificar e transcender para outra. Ainda não sabemos como e quando será o final.
Assim tem sido a vida com movimentos, nascimentos, mudanças adaptações e desapego para aceitar o que virá.
Desejamos para o ano vindouro a alegria de viver, plantar e planejar outros cenários com novas sementes, que trarão muitas bençãos para todos nós.”
Família Sandes-Sobral