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Mata de São João realizou a plenária popular sobre Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora e contou com a participação da Eng. Rute Carvalhal

Um encontro que reafirmou a importância da saúde do trabalhador

Nesta sexta-feira, Mata de São João viveu a realização da plenária popular sobre saúde do trabalhador, com cerca de 80 participantes. O evento trouxe para o centro da discussão a saúde do trabalhador e da trabalhadora como um direito humano, num clima de muito respeito, acolhimento e troca de experiências.

A solenidade de abertura contou com rostos conhecidos e respeitados, reforçando o compromisso coletivo. Estiveram presentes Tatiane Rebouças, Secretária de Saúde; Ila Carla, Gerente dos Serviços de Saúde; Fátima Grande, Gerente de Vigilância Epidemiológica; Cirlene Costa, Técnica de Referência da Saúde do Trabalhador Municipal; e Cristiana Nascimento, Gerente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental. Cada uma delas deixou claro que lutar pela saúde do trabalhador é lutar por justiça social.

Quem iluminou o dia foi a engenheira de Segurança do Trabalho Rute Carvalhal, técnica do CEREST de Camaçari. Conhecida por sua dedicação nas causas da saúde do trabalhador, Rute emocionou a todos com uma palestra magna que passeou pela linha histórica da saúde do trabalhador no Brasil. Resgatando a luta dos anos 80, quando o Polo Petroquímico começou a mudar a realidade da região baiana, e a necessidade urgente de proteger a vida dos trabalhadores virou pauta de resistência.

Rute fez questão de destacar como a promulgação da Constituição Federal de 1988 e a criação do SUS foram marcos que mudaram tudo. Antes, a saúde do trabalhador era tratada como um assunto periférico. Depois, ganhou status de política pública, exigindo mais responsabilidade dos empregadores e do poder público. “Não é um favor, é um direito!”, reforçou a engenheira, arrancando aplausos da plateia.

O trabalho do CEREST, onde Rute atua, foi descrito como uma verdadeira retaguarda técnica para os municípios da região Leste da Bahia. Ações como investigações de acidentes, suporte em casos graves e orientação contínua foram apresentadas como vitais para prevenir doenças e mortes no trabalho. Com um jeito acolhedor, ela fez cada pessoa ali entender que segurança no trabalho não é luxo, é necessidade básica.

O evento também se debruçou sobre os desafios trazidos pelas mudanças no mercado de trabalho. Home office, “uberização” do trabalho e informalidade crescente foram pontos levantados durante as discussões em grupos. Ficou claro que, se antes os riscos eram físicos e visíveis, agora muitos agravos são silenciosos: doenças emocionais, stress e esgotamento. A saúde mental, tão negligenciada por tanto tempo, finalmente teve seu espaço de fala.

Ao final da plenária, foram eleitos delegados que representarão Mata de São João nas próximas etapas da 5ª Conferência estadual de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Era visível o orgulho no olhar de quem foi escolhido — e a esperança de que essa participação ativa pode fazer toda a diferença.

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