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Pelourinho vive nova onda de violência

Sturaro ressaltou a importância de desenvolver um trabalho social com os infratores com a ressocialização, inserindo no mercado.

Por Jailson Santos (Após o turista de São Paulo ser baleado no último domingo, o medo voltou a quem circula pelo local) jornal na Tribuna Da Bahia

fotos de Romildo de Jesus

Apesar do aumento da segurança no Pelourinho, destino em que turistas e soteropolitanos procuram para visitação e lazer, o local ainda provoca medo. Isso por que um turista de São Paulo recebeu um tiro na Ladeira da Praça, no Centro Histórico, quando tentou impedir um assalto. Neste último fim de semana, casos de violência voltaram a acontecer com denúncias de roubos na região.

Local preferido de turistas do Brasil e de fora, caminhando pelas ruas, é possível registrar imóveis abandonados, ruas desertas e muito usuários de drogas na região. Passando pela rua 3 de Maio, local que dá acesso ao Pelourinho, foi possível observar o descaso com o ponto turístico; viela deserta, usuários de drogas sentados na calçada e pedintes dormindo.

A equipe de reportagem da Tribuna da Bahia observou a presença de policiamento, como também a Guarda Municipal, mas mesmo com os agentes de segurança, visitantes e funcionários relataram medo e sensação de insegurança. Com esse cenário, um funcionário de uma loja, localizada na rua Alfredo de Brito, que pediu para não ser identificado, criticou a segurança do bairro e disse que é necessário implementar políticas de segurança mais eficazes para combater o crime na região e garantir o atendimento aos turistas que buscam lembranças da Bahia.

“Violência acaba sendo um problema muito grande para nós porque acaba afetando nossas vendas, acaba afetando o comércio em geral. O nosso lucro aqui são os turistas, os turistas vêm e temos que prezar pela segurança deles e isso não está sendo feito. É certo que os policiais estão aí, mas é muito pouco. Todo dia tem assalto aqui nessa rua, imagine às outras. Roubam correntes de ouro, relógios. Os turistas olham, mas acabam não entrando com medo de serem assaltados…” disse o comerciante.

Uma vendedora, que também não quis se identificar com medo de represália, também criticou à segurança do Centro Histórico. Segundo ela, a sensação de insegurança não é apenas no Pelourinho, mas na Bahia inteira. Para ela, quando avalia a questão de o local ser um ponto turístico, onde frequentam pessoas de várias partes do mundo e também do Brasil, era para ter um projeto de segurança mais avançado, proporcionando, assim, um bem-estar para o visitante.

“Uma mancha que para retirar isso, levam anos. Uma pessoa levar um tiro no Centro Histórico é uma mancha muito grande, não só no Pelourinho, mas na Bahia toda. E para nós comerciantes, às lojas ficam vazias, a gente perde clientes, perde venda, e quem trabalha com isso infelizmente perde. É uma questão de gestão pública, é o interesse…” pontuou a vendedora.

Para o presidente da Associação do Centro Histórico Empreendedor, Leonardo Régis, às ocorrências de roubo diminuíram 70% depois do reforço da segurança com a presença de policiais militares e da guarda municipal. “a gente vem acompanhando desde o verão a redução dos casos de violência aqui no Pelourinho. Isso trouxe um resultado positivo dos negócios. A gente atua muito com prevenção, com o trade turístico, que é fazer com que os turistas se previnam, não venham ao Centro Histórico com correntes de ouro, objetos pessoais. Esses objetos são visados, não só em Salvador, mas no mundo. A gente precisa fazer esta prevenção.

Leonardo Régis disse que houve uma melhoria no faturamento dentro de uma realidade econômica em que o País se encontra. Ele ainda diz que nem todo mundo tem uma realidade satisfatória, mas o impacto da violência diminuiu e teve uma grande visitação de cruzeiros, um grande verão que superaram qualquer adversidade que tem no Centro Histórico.

Campanhas

Um casal de turistas de Roraima, André Vinicius e Beatriz França, têm opiniões diferentes sobre a segurança. André falou que está se sentindo seguro e que é necessário observar o horário. Ainda segundo ele, todos os lugares que visitou tinha bastante policiamento. “Todos os lugares estamos aptos a ser assaltados ou algo do tipo. É só ter ciência, tomar o cuidado em si…” disse ele.

Já Beatriz disse que já veio à Bahia várias vezes e que saiu em vários horários. Para ela, basta tomar as precauções corretas como observar o que está à volta e evitar desacerto durante o passeio. “Eu sei que às pessoas costumam ser bastante inconvenientes, ficar pedindo, fazer pinturas, vender colares, mas é só se posicionar…” disse a turista.

Coordenador da Prefeitura-Bairro do Centro Histórico, Humberto Sturaro, comentou sobre o ocorrido com o turista paulista e disse que a Prefeitura-Bairro criada pelo prefeito Bruno Reis tem várias vertentes que ditam regras como Iphan, Ipac, Secretaria de Cultura do Município e Secretaria de Cultura do Estado. “O prefeito Bruno Reis teve essa coragem de colocar um pilar para centralizar todas as ações e puxar à sua responsabilidade de qualquer ato que venha acontecer no Centro Histórico.

Para ele, isso foi um fato isolado e que todos são testemunhas na redução de crimes que aconteciam no Centro Histórico, em relação a furtos e roubos, e o que chamou a atenção foi à primeira ocorrência que usou arma de fogo. Os crimes que acontecem são basicamente crimes de ameaças praticados por menores. “você veja que foi preso um jovem de 18 anos com várias passagens na área criminal…” contou.

Sturaro ressaltou a importância de desenvolver um trabalho social com os infratores com a ressocialização, inserindo no mercado. Segundo ele, a dificuldade é conseguir fazer os empresários e colegas de trabalho aceitarem o ingresso desses jovens no mercado.

Tribuna da Bahia entrou em contato com o 18° Batalhão de Polícia Militar, mas foi orientada a procurar o Departamento de Comunicação da Polícia Militar, que indicou procurar a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil para disponibilizar informações. A reportagem também tentou entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia através dos números disponibilizados, mas até o fechamento dessa reportagem, não obteve resposta.

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