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PETROBRÁS QUER REESTATIZAR A REFINARIA DE MATARIPE

por A. Almeida-Em 2021, a refinaria de Mataripe foi vendida para a Acelen, empresa controlada pelo fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão

A Petrobras está buscando a retomada da refinaria de Mataripe, anteriormente conhecida como Refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada na Região metropolitana. Vamos entender os detalhes dessa negociação e o que está em jogo.

Em 2021, a refinaria de Mataripe foi vendida para a Acelen, empresa controlada pelo fundo Mubadala, por US$ 1,65 bilhão (aproximadamente R$ 9 bilhões). Esse movimento fez parte de uma estratégia adotada pelo governo na época, sob a administração de Jair Bolsonaro, de reduzir o peso da Petrobras no setor de combustíveis. A venda foi realizada para aumentar a concorrência e diminuir o monopólio da estatal.

Contudo, com a mudança de governo e a ascensão de Luiz Inácio Lula da Silva, houve uma reavaliação dessas políticas. O novo governo tem mostrado um interesse claro em reverter algumas privatizações e retomar o controle de setores estratégicos, como o de refino de combustíveis.

O fundo Mubadala, que atualmente controla a refinaria através da Acelen, está disposto a vender a unidade de Mataripe, mas a negociação tem sido travada pelo preço. A Acelen alega que desde a compra, melhorias tecnológicas foram realizadas na refinaria, diversificando o portfólio de produtos e agregando valor ao ativo. Isso justifica, segundo eles, um valor de recompra superior aos R$ 9 bilhões pagos em 2021.

Apesar do interesse mútuo na negociação, a Petrobras e Mubadala ainda não chegaram a um consenso sobre o preço da recompra. A Petrobras já completou a fase de levantamento de informações (due diligence) e está preparada para avançar, mas o preço permanece um ponto de discordância.

Um dos cenários em discussão é a Petrobras recomprar a totalidade da refinaria, conforme o desejo do governo federal. Outra possibilidade é a Acelen manter uma participação minoritária, em torno de 20%, e se tornar sócia da Petrobras em novos projetos de energia renovável. Isso incluiria a produção de diesel verde e combustível de aviação sustentável (SAF), alinhando-se com tendências globais de sustentabilidade.

A recompra da refinaria de Mataripe pela Petrobras pode ter um impacto no mercado de combustíveis na Bahia. Com a retomada do controle, a estatal poderá gerir melhor a oferta e os preços dos combustíveis, buscando estabilidade no mercado interno. No entanto, críticos apontam que essa centralização pode aumentar a interferência política na administração da Petrobras, que é uma empresa com ações negociadas em bolsa.

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