A Praça Abrantes, que sempre foi o coração de Camaçari, teve sua essência completamente modificada com a reforma de R$ 14 milhões. Um espaço onde crianças brincavam, idosos conversavam e onde o tecido urbano da cidade se conectava, agora é um lugar sem alma, frio e descaracterizado. Quem viveu os melhores momentos da praça sabe que a energia daquele lugar era única, era ali que a cidade respirava.
Desconstrução de um Patrimônio Cultural
No local onde um dia funcionou o primeiro colégio municipal de Camaçari, o Gonçalo Muniz, hoje rebatizado como biblioteca Jorge Amado, a história foi apagada. A praça tinha um valor imensurável para a comunidade, era mais que um simples ponto de encontro. Ela representava os raízes culturais e sociais da cidade, que foram ignoradas em nome de um projeto que pareceu ter pressa em agradar mais às demandas políticas do que às necessidades do povo.
Falta de Planejamento e a Perda da Conexão com as Pessoas
O novo projeto ignorou as necessidades dos pedestres, eliminou espaços de convivência e não soube integrar os edifícios ao redor de maneira harmoniosa. Quem caminha pela praça sente que algo se perdeu. Os encontros casuais, as atividades culturais espontâneas, tudo aquilo que dava vida ao lugar foi substituído por um cenário mal pensado, que mais parece uma instalação efêmera, sem alma.
A Requalificação Quebrou a Relação com o Espaço Público
O que antes era um espaço vivo, onde o público e o privado se misturavam de forma natural, hoje é um ambiente desorganizado, desprovido da essência que uma vez conectava as pessoas com sua cidade. A requalificação urbana da Praça Abrantes não soube respeitar seu passado e a transformou em um símbolo da feiura da urbanização sem planejamento, afastando a comunidade de sua própria história.